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Obrigações são um tipo de aplicação financeira que está na moda, de tal forma que este tema há um par de anos era desconhecido para a maioria dos portugueses e agora está a ser muito divulgado, com várias empresas portuguesas a disponibilizá-las.
O artigo completo relativo a este tema pode ser lido nesta ligação, tendo sido escrito em parceria com o Blog de Finanças Pessoais.
Nele faço uma introdução à temática das obrigações e sobre a forma de as comprar em mercado primário.
E isto vem a propósito de uma nova emissão de obrigações por parte de uma empresa portuguesa, a REN - Redes Energéticas Nacionais.
Esta emissão a 4 anos paga um cupão de 6,25% (dividido em dois pagamentos semestrais) e está disponível a partir de 3 de Setembro, para montantes a partir de 1000€ (só se pode comprar em múltiplos deste valor).
E estas obrigações valem a pena?
Penso que são comparáveis às restantes emissões feitas pela Sonae, EDP, PT, etc... São todas empresas portuguesas com alguma credibilidade, com dificuldades de financiamente devido à crise da dívida portuguesa, mas em princípio sem grandes probabilidades de não pagarem nos próximos 3/4 anos.
A taxa destas obrigações é mais baixa do que no caso da emissão da Sonae ou Semapa, o que aliás era de esperar que acontecesse, a acompanhar as quedas da taxas de juro e a ligeira recuperação de confiança dos mercados em Portugal. Ainda assim, continua a ser uma taxa atrativa, acima do que se consegue em qualquer depósito a prazo, logo com uma relação risco/retorno a meu ver bastante positiva.
E aqueles cuidados a ter que recomenda? Nomeadamente bancos intermediários e o rateio?
Começando pelo fim, o rateio será semelhante ao da Sonae. Ou seja, estão garantidos até 5000€ por comprador, e mais que isso está sujeito a rateio. A prioridade para o rateio será dada aos compradores mais antigos. Isto quer dizer que se se quiser investir bastante acima de 5000€, quando mais cedo se comprar mais probabilidades terá de conseguir colocar tudo aquilo que se quer.
A nível de bancos, não sei quais serão os intermediários principais, mas à partida um salta-me à vista - o banco BiG.
Isto é uma boa notícia, pois o BiG é um banco habituado a negociar obrigações (sobretudo em mercado secundário) e é muito razoável a nível de comissões. O preçário deles para este caso particular pode ser encontrado aqui. De positivo destaca-se a ausência de comissões de custódia e a baixa comissão de subscrição (0,1% com mínimo de 3€). As comissões sobre os juros e de amortização (quando o dinheiro é devolvido no final) são o habitual, não devendo haver grandes diferenças para outros bancos.
Para além do mais, abrir conta no BiG não tem custos e não há quaisquer comissões de manutenção de conta. A não ser que apareça novamente algum banco a isentar todas/parte das comissões (caso do Carregosa e do Popular na emissão da Sonae), penso que este será um bom banco para subscrever estas obrigações.
Para minimizar ao máximo o peso das comissões, recomendo um investimento mínimo de 3000€, já que é quando a comissão mínima de 3€ corresponde exactamente aos 0,1%. Mas mesmo 2000€ já bem rentável.
Quem quiser mais informações pode consultar a página do BiG relativa a este assunto, onde estão disponíveis os vários prospectos completos para os amantes de literatura financeira técnica.
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