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O tópico de hoje é uma opinião sobre o PrivatBank, um banco de leste com sucursal em Portugal.
Tenho-o referido muitas vezes neste blog por ser o banco que consistentemente pratica as taxas elevadas para os depósitos a prazo (DPs), sendo apenas superado por alguns bancos que têm taxas promocionais para novos clientes.
À data de hoje conseguem-se depósitos com duração de 3 meses a 5 anos, com uma TANB até 3,25%.
Já sou cliente desde 2010, altura em que as taxas que se encontravam nos bancos nacionais andavam pelas ruas da amargura, semelhante ao que se passa agora (porque as taxas de referência europeias - as Euribor - estavam igualmente em baixo). Mesmo nessas circunstâncias, onde era rara a taxa que chegasse aos 3%, encontrei no PrivatBank rentabilidades de 4%. Hoje estão um pouco mais baixas, mas cotinuo a considerá-lo um banco onde se conseguem rentabilidades acima da média dos DPs de bancos portugueses.
É um banco bastante pequeno e começou por estar mais virado para emigrantes de leste, embora se tenha vindo a adaptar mais ao mercado português. Mesmo assim, continua a investir pouco em publicidade, logo é desconhecido para a maior parte das pessoas, o que a meu ver é uma pena, e daí surgir este post.
Vamos então ver quais são as suas maiores vantagens e algumas características particulares.
Taxas de Depósitos a Prazo
Todos os DPs oferecidos pelo PrivatBank não têm nenhuma restrição para clientes, sejam eles novos ou fidelizados, com capitais novos ou já existentes no banco. Para além disso, estão disponíveis a partir de 500€, um valor muito acessível para qualquer pessoa.
Têm um sistema de constituição de depósitos por via online, que facilita o processo. Assim, as taxas mais elevadas são:
Prazo | Taxa | Notas: |
3 meses | 2.00% | |
6 meses | 2.80% | |
1 ano | 3.25% | |
2-3 anos | 2.60% | |
5 anos | 2.60% |
Basta olhar para estes valores e para as melhores taxas praticadas em Portugal para ver que são ainda acima da média (sobretudo para prazos de 1 ano), sendo apenas superado por depósitos promocionais especiais para novos clientes e capitais.
Recordando os tipos de DPs existentes, estes são daqueles em que se deposita o dinheiro, espera-se até ao fim, e recebe-se o dinheiro com os juros. Desde uma alteração recente na sua política, todos os depósitos clássicos passaram a permitir reforços a partir de 20€.
Mobilização antecipada é possível mas com perda dos juros.
De notar que para os prazos de 6 meses e 1 ano é possível constituir o depósito em dólares americanos (USD), à mesma taxa. Para quem pretende depositar nesta moeda, o PrivatBank é do longe o banco que melhor remunera depósitos em dólares.
Para além dos depósitos a prazo não disponibilizam mais nenhumas aplicações financeiras, mas também não é esse o âmbito do banco.
Então e para dinheiro que eu possa vir a precisar? Há alguma coisa que permita levantar antecipadamente sem perder juros?
Sim, para mais flexibilidade existe uma conta-poupança (daquelas que podemos reforçar a levantar sempre que quisermos) com 1.5% TANB. Pode ser uma opção interessante para depositar dinheiro no curto prazo, desde que se respeite o aviso de 2 dias para resgates.
De notar que todas as transferências interbancárias via online custam 0.30€ imposto de selo, tendo agora meios de autenticação adicionais para transferências até 20000€. Para transferências frequentes não recomendo esta via mas sim o cartão multibanco, que não tem anuidades para quem possui depósitos a prazo, e que permite realizar transferências no multibanco a custo 0.
Segurança
Um banco da Letónia? Credo! Que medo! O meu rico dinheirinho desaparece! Não se pode confiar nesses bancos de terceira categoria!
É a reação mais comum quando se fala deste banco a um leigo na matéria. Mesmo algumas das pessoas com que comunico em fóruns de discussão de finanças dão respostas semelhantes.
Não é de espantar. O ser humano desde sempre teve medo do desconhecido. Antes da época dos Descobrimentos, o mar era um covil de monstros, armadilhas e precipícios sem fim. Um banco que surge assim sem ninguém dar por isso e vindo de países dos quais se fala pouco é um alvo perfeito para projetar esses medos.
Mas descansem, que o PrivatBank não é nenhum Adamastor. Permitam-me que seja o Bartolomeu Dias por uns instantes, para ajudar a dobrar este cabo das Tormentas e torná-lo num cabo da Boa Esperança.
Ao contrário do que se diz por aí, o PrivatBank não é um "banco de fundo de quintal" nem um banquito de trazer por casa.
Tem por trás um grupo financeiro de uma dimensão considerável, que se tem espalhado por grande parte da Europa.
O PrivatBank é originário da Ucrânia, sendo um dos maiores bancos privados desse país. Cresceu e espalhou-se para outros países, tendo aberto subsidiárias em vários: o MoskomPrivatBank na Rússia, o AS PrivatBank na Letónia, o Tao PrivatBank na Geórgia.
Por sua vez, essas subsidiárias abriram sucursais em vários países. O PrivatBank que temos em Portugal é uma sucursal do PrivatBank da Letónia.
A pequena dimensão que tem no mercado português é apenas a ponta do iceberg de um grupo muito maior. É claro que é um anão ao pé dos grande bancos da Europa Central, como o Barclays e o Deutsche Bank, nem nunca terá a segurança destes, mas também não é frágil como uma casca de noz.
Mas como o tamanho não é tudo, lembro que todos os depósitos de bancos na área económica europeia estão abrangidos por fundos de garantia dos respectivos países. O valor segurado, tal como em Portugal, é equivalente a 100.000€ por banco e por pessoa. O PrivatBank não é exceção e está abrangido pelo Fundo de Garantia de Depósitos da Letónia.
Um fundo da Letónia? Isso vale alguma coisa?
Vale tanto quando o nosso próprio fundo. A Letónia não é nenhum modelo de robustez económica, mas somos nós que estamos entalados numa grande crise de dívidas. Dada a situação atual, não vejo que confiar no nosso sistema de garantia ou no dos letões seja assim tão diferente. E neste caso, a existência de uma casa mãe noutro país dá mais robustez ao banco. Um banco não deixa cair assim uma das suas divisões sem mais nem menos.
Mas nunca vi esse banco em lado nenhum. Onde há balcões?
Uma das maiores limitações deste banco, tal como dos bancos online, é a existência de poucos balcões. Existem agências em Lisboa, no Porto e em Vilamoura. Vivendo perto destes sítios, a melhor maneira de abrir conta é indo lá pessoalmente. Mas para quem vive mais longe também há alternativas. A conta pode ser aberta à distância, enviando-se fotocópias autenticadas da documentação habitual (BI, NIF, comprovativo de morada, etc.).
Depois de ter a conta aberta, quase tudo se faz via internet: transferências, constituição de depósitos (com a taxa bonificada, ainda para mais). Para além das operações mais básicas, podem ser feitos variados pedidos através do sistema de envio de mensagens para o banco. Ou então por telefone. Eu só costumo pedir esclarecimentos na agência pessoalmente porque fica a duas paragens de metro do local onde trabalho. Mas podia bem fazer à distância. O número de clientes é suficientemente reduzido para os funcionários os conhecerem todos, mesmo pelo telefone.
Agora que já falei bastante sobre este banco, vou resumir os seus prós e contras:
Prós
Contras
Pesando nisto tudo, é um banco que aconselho a qualquer pessoa que queira fazer depósitos a prazo. Dificilmente se encontram outras possibilidades de rentabilizar tanto o dinheiro em depósitos a prazo acessíveis a baixos capitais.
Para quem vive em Lisboa ou Porto, que nem sequer se tem de preocupar com falta de agências, então ainda melhor.
Nota: Não tenho qualquer vínculo profissional com o banco, nem ganho nada em promovê-lo. Esta opinião foi escrita de cliente para cliente, e é apenas o resultado da minha experiência com o banco e da comparação com o restante universo bancário português.
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