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Depois da sua 1ª intervenção em Novembro, o Banco de Portugal voltou a fazer das dele.
Se antes as taxas máximas dos depósitos a prazo estavam limitadas, agora estão-no ainda mais.
Para quem não está ao corrente, os bancos que ofereçam mais de 3% do que a taxa euribor do prazo respectivo (3,6,9 ou 12 meses) têm uma penalização nos rácios de capital. Desde o início da semana que essa penalização aumentou e o que eles podem oferecer a mais diminuiu, sobretudo para os prazos mais curtos.
Para quem quiser ler a notícia completa, veja aqui
E que efeitos é que devemos observar com estas medidas?
Nada de bom, certamente. Á semelhança do que aconteceu em Novembro, o mais provável é que se observem mais descidas das taxas dos DPs, sobretudo para os depósitos de 3 e 6 meses.
Para ficarem com uma ideia de quais são as taxas máximas que entraram esta semana em vigor, deixo-vos esta imagem, pertencente ao artigo indicado.
Face ao que existia anteriomente, os bancos podem oferecer menos 0,75% para DPs a 3 meses, 0,5% a 6 meses e 0,25% a 9 meses. Para prazos mais longos mantém-se tudo nos 3%.
É fácil de constatar que alguns bancos estão neste momento praticar taxas acima do que o Banco de Portugal quer, ainda para mais com as taxas de referência a descer. Embora uma das ideias principais desta medida seja travar as campanhas de captação de clientes que oferecem taxas elevadas (tipo BIG, BEST e Activo), a meu ver o que vai sofrer um rombo maior são as taxas para os clientes fidelizados, ou seja, aquelas que se aplicam quando um cliente já tem dinheiro no banco.
Obviamente que também se pode esperar uma redução nalgumas taxas promocionais. Por exemplo, o depósito 5,25% Já do BEST chamava-se "depósito 5,5% Já" há uma semana. Apesar de tudo, é uma descida bem menor do que 0,75% (já que o depósito é de 90 dias).
Agora se formos olhar para DPs para clientes fidelizados em bancos como a Caixa ou o Santander, dificilmente encontramos taxas mais elevadas do que os valores da imagem acima.
Porquê?
Quando falam em penalizações, não estão realmente a tirar dinheiro aos bancos. O que lhes tiram é a possibilidade de incluir esse dinheiro depositado nos seus rácios de capital, ou seja, impedem-nos de apresentar números "mais bonitos" nos relatórios que o Estado e a União Europeia vão analisar.
Atualmente, muitos bancos estão a esforçar-se para captar depósitos, com o objectivo de cumprir os rácios de capital. Logo não interessa a uma Caixa Geral de Depósitos ou a um BCP oferecer taxas elevadas a novos clientes, se depois esse dinheiro não conta para os rácios que eles tanto pretendem atingir.
No outro lado do espetro temos os bancos que já têm uma boa folga nos seus rácios e que podem dar-se ao luxo de sofrer as tais penalizações para captar mais clientes e dinheiro. Nesta categoria estão quase todos os bancos online que, por sinal, já são os maiores "infratores" destes limites. Logo será de esperar que resistam mais a este "aperto" do Banco de Portugal, aumentando as diferenças em relação à banca tradicional.
Para onde nos devemos virar?
A resposta é óbvia: olharmos para os bancos que se preocupam menos com os rácios. No topo desta lista estão o Banco Invest e o PrivatBank.
Salvo erro, quando um cliente perguntou ao Invest sobre estes rácios, eles responderam que não era uma matéria prioritária para eles, e que ofereciam as taxas consoante condições internas e não pelas imposições do Banco de Portugal. O PrivatBank determina as suas taxas em parte equacionando-as com as taxas da casa-mãe, na Letónia. Não mexeu uma palha quando apareceu a 1ª limitação, logo não creio que o faça agora. Se estes bancos vierem a baixar as taxas, provavelmente será por causa dos valores muito baixos da Euribor.
Outra expectativa é que os bancos mais tradicionais larguem um pouco o curto prazo e se foquem em DPs de prazos maiores, logo menos limitados. Se o novo depósito Net 5% do Barclays é alguma indicação, provavelmente alguns vão seguir este caminho. Afinal, o Barclays não é conhecido por praticar taxas elevadas, logo 5% a 1 ano, ainda que para novos clientes, é algo muito bom e inesperado.
O BEST também está a tentar lançar outra campanha, que é remunerar a conta à ordem a 5% para quem for novo cliente e fizer conta ordenado, válido por 1 ano.
Mas atenção à marosca!
Isto quer dizer que só o o saldo que estiver entre 1000€ e 7500€ é que é remunerado! Logo, quando o saldo da conta for por exemplo:
1) 1000€ - Não rende nada - TANB = 0%
2) 2000€ - Só 1000€ é que rendem 5%! Sobre os outros 1000€ não se recebe nada. - TANB = 2,5%
3) 7500€ - 6500€ são remunerados a 5% - TANB = 4,33%
4) 10000€ - Só 6500€ é que continuam a ser remunerados - TANB = 3,25%
Ou seja, o dinheiro rende no máximo 4,33%, com 7500€ na conta. Valores maiores ou menores do que isto implicam rentabilidades menores. Não que seja uma má taxa para dinheiro à ordem. Pelo contrário, é bastante decente. Quem estiver a pensar ter conta ordenado no BEST deve aproveitar (para além de outras vantagens como cheques gratuitos). Agora como investimento deixa um pouco a desejar para muitas pessoas, já que se pode fazer um depósito a prazo a 1 ano com 5,45% no PrivatBank ou 5,25% no Invest (novos clientes), ou então dinheiro à ordem a 4% com o Invest Money box, onde o dinheiro rende com qualquer valor, não apenas para >1000€.
É bem possível que outros novos produtos apareçam nos próximos tempos, logo é questão de manter os olhos bem abertos para encontrar oportunidades de contornar esta situação.
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